VIKINGS 4° TEMPORADA PARTE 2
Eu sempre falo que Vikings é a minha série favorita da vida,
e não é à toa. É uma serie que tem focos em alguns personagens específicos
claro (como qualquer outra série) as ao mesmo tempo foca e como uma cultura
consegue influenciar todo o mundo.
Novamente venho falar com vocês que a trama é
muito bem montada, afinal consegue amarrar todos os temas e subtemas, os
personagens tem bastante profundidade, a fotografia então nem se comenta (vou
falar disso no decorrer no post).
Depois de anos desaparecidos Ragnar Lothbrok
retorna a Kategath entra em ceda e logo de cara é confrontado com olhares
desconfiados de todos da cidade e mais ainda de seus filhos.
Enquanto isso acontecia em Kategath, na França tudo
estava na perfeita harmonia, Rollo estava feliz ao lado da Princesa Gisla, com
a qual teve três filhos.
Lagertha não está satisfeita com o reinado de Aslaug (mas quem estava?).
Desde a primeira temporada os telespectadores acompanham a trajetória de Ragnar, veem toda caminhada feita por ele, todo o crescimento e conquistas feitas por ele, e é aquele momento que pensamos o que será que ele está tramando agora (porque Ragnar é assim, não dá ponto sem nó).
Fazendo uma espécie de retomada em toda sua jornada, relembramos que Ragnar sempre foi um personagem que demonstrou muita sabedoria e inteligência, e talvez por isso esperávamos uma atitude mais elaborada, mas temos que colocar na balança que Ragnar acima de tudo é um ser humano como qualquer outro, tem suas qualidades e também seus defeitos, com certeza senteorgulho de algumas atitudes que teve durante toda sua jornada, e também se arrepende de outras. E como qualquer outro passou pelo tempo, ou seja, envelheceu e não demonstra a mesma firmeza que demonstrava nas temporadas anteriores, tem muito haver também com o peso de uma coroa, o rei é extremamente cobrado pelos seus súditos, são cobradas muitas vitórias, ainda mais se seu ei é nada mais nada menos que Ragnar Lothbrok, descendente direto do Deus Odin. Então seria normal ele voltar meio que baqueado para essa nova fase da trama.
O simbolismo envolvido na morte de Ragnar de uma forma é comparado
com a morte de Jesus (não sei se foi apenas eu que observou isso). Desde o
começo da série podemos ver muitos elementos envolventes entre a religião
cristã e a religião nórdica. É meio que impossível não perceber a comparação
que fazem entre Ragnar e Jesus (como eu sei que não é todo mundo que percebe
essas coisas vou listar para vocês), vamos então analisar as comparações; Ambos
tiveram de peregrinar até o local de sua morte, sendo torturados e zombados pelo
caminho; só que a cruz que Ragnar carrega é a jaula onde está aprisionado, que
é também objeto do seu constante desconforto e parte de sua punição, assim como
a cruz de Jesus. Ambos são golpeados por uma lâmina na barriga. A faca de Aelle
corta a testa de Ragnar, assim como a coroa de espinhos o faz com Jesus. Também
há destaque para suas mãos, quando as cobras as mordem, uma referência às
chagas de Cristo. Além disso, os dois dão suas vidas por seus povos: Jesus para
redimir os pecados da humanidade e Ragnar para expiar os seus próprios (pois se
sentia culpado pelo massacre no assentamento viking), dando aos nórdicos um
motivo pelo qual se uniriam. Por fim, se entregam aos seus destinos de forma
deliberada, aceitando o que lhes aguarda com paz interior; Jesus o faz sem
negar o seu Deus, assim como Ragnar não pede a absolvição exigida pelo Rei
Aelle.
A série também nessa quarta temporada retrata abertamente o tema sexualidade, vemos os nórdicos esconderem ou se envergonharem do seu estilo de vida, pelo podemos ver várias cenas de Lagertha e Astist. Um ponto que achei bacana é que, não contrário, têm orgulho de suas escolhas.
A partir daí outros personagens importantes têm a responsabilidade
de levar a série adiante, dentre eles Bjorn e Lagetha. Ambos
sempre tiveram importância na trama e seus intérpretes têm se destacado desde o
início pelas excelentes atuações. Como eu todos os posts desta serie eu destaco um personagem (geralmente é a Lagertha, mas nessa segunda parte quem realmente ganhou meu coração foi Ivar). Imprevisível, agressivo e inteligente, ele busca afirmação e glória, saindo da sombra do pai e superando a subestimação nutrida por seus pares, por causa de suas limitações físicas. O ator entrega um personagem extremamente expressivo, conseguindo dizer muito com um simples olhar. Destaque para duas cenas suas: quando descobre a morte da mãe, com seu olhar gelado e raivoso e na emboscada a Lagertha, juntamente com seu irmão Ubbe. Quando ele se arrasta em direção a ela, fincando estacas no chão, sua expressão de ira é sensacional. Este é o seu primeiro papel de maior expressão, mas vale a pena ficar de olho nos próximos.
Aethelwulf também teve mais tempo em cena, o que fez muito bem ao personagem. Apesar de sempre ter sido submisso ao pai, acredito que a forma como ele termina o último episódio determinará uma postura diferente no ano seguinte e nos próximos episódios.
Sobre Lagertha, já a elogiei muito nas outras postagens, mas não aguento e vou ter que falar mais um pouquinho, ela continua incrível, sempre roubando a cena. Espero sinceramente que a personagem sobreviva até o fim da série.
Esta segunda parte é bem diferente da primeira. Os dez episódios iniciais foram mais frenéticos, com eventos mais grandiosos, já os dez finais são mais cadenciados, mas sem perder em dramaticidade. Pelo contrário, as dinâmicas entre os novos personagens, bem como o desfecho de algumas histórias, acrescentam tensão à série e os ganchos para a temporada seguinte são muito empolgantes.
A missão dessa temporada de Vikings era difícil: se despedir de seu carismático protagonista e, ao mesmo tempo, manter todo o drama principal da história. Até aqui, deu tudo certo. Em uma pequena reflexão que tive, foi que na maioria de filmes e séries, vemos todas as tramas se basearem em um único personagem ou até em fiapos de roteiro, enquanto Vikings se deu ao luxo de abrir mão do seu
protagonista em prol de buscar voos mais elevados, apostando no crescimento de dramas secundários e no consistente desenvolvimento de personagens.


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